Saturday, April 4, 2009

Relacionamentos...


Toda a boa gente vive intensamente ou não tão intensamente, mas vive de relações.
As relações entre amigos, vizinhos, padeiro, leiteiro, namorado, animais, etc...
Os relacionamentos desde sempre influenciam a nossa postura perante a vida e perante os outros.
Quando se perde um relacionamento, toda a gente sofre, toda a gente cresce e toda a gente aprende sempre alguma coisa com isso. "Faz parte!"Adoro esta expressão magnifica de atenuar a dor ao crescimento perante o desenvolvimento da fase adulta...Quantos de nós não alteramos a nossa vida, reduzimos a nossa vontade e entranhamos na nossa pele hábitos que por vezes são tão difíceis de despir...E porquê? Faz parte? Não concordo e acho absurdo, ter sentido também este sentimento recalcado em que só podes ser feliz se acatares os desejos dos outros em prol de um bem-estar a nível relacional...Não posso ser hipócrita e dizer que já não tenho este tipo de sentimentos, que já despi esses hábitos. Hábitos esses que culpo por terem levado à ruína algo que eu estimava, que fazia parte de mim e que eu tanto acreditava...
Dificilmente se supera ou esquece a perda de alguém, este é um lamentável engano onde toda a gente cai. Ficam sempre réstias de pequenas coisas que vão influenciar toda a nossa existência e rematar qualquer tipo de decisão no futuro. Estão lá os hábitos, as reacções previstas que nós criamos na defesa de algo com o qual não conseguimos lidar. E inevitavelmente, perante isto, acabamos por nos culpar de termos deixado de ser nós em momentos simplesmente simples e possíveis do nosso quotidiano. Passamos a culpar tudo e todos, por um dia termos sido diferentes e de não o conseguirmos mostrar com medo de perder essa relação com o objecto relacional. Acabamos por perder o sentido que sempre fomos construindo ao longo da nossa existência e acumulando dor desse silencio tumultuoso no peito. Essa falta de ar acaba sempre de uma forma ou de outra por nos trair e eclodir quando menos esperamos. E depois, depois é difícil explicar porque chegamos a esse ponto, porque nunca falamos, ou porque nunca fomos capazes de admitir que as vidas que vivíamos já não eram a nossas.
Talvez se trate simplesmente de uma forma cobarde de aguentar uma possibilidade de felicidade que apenas vive pela fantasia de sermos felizes. Mas como podemos ser felizes se não formos nós, se não quisermos ter apetite de mostrar a nossa vontade e toda a verdade que somos feitos. Mesmo que doa e magoe, mesmo que continues a errar, mas pelo menos que continues a ser tu…

2 comments:

Tana said...

E o mais importante é isso!! É sermos, seja de que forma for, nós! Com as nossas falhas, defeitos, virtudes, mas nunca deixarmos de sermos nós proprios!
As relaçoes sao ciclicas, há sempre uma fase belissima, uma mais ou menos e uma péssima..passa-las a todas é de uma grande coragem (e essa nunca te faltou).
Não podemos é ir pelo que a sociedade, amigos , bla bla bla, nos impõe, ou força.. existe um nosso querer, poder! E se tu podes, queres, vai nessa :P

Faz parte ...ahahaha


BEIJOS com Amor!

joão matos said...

Se calhar é mais uma questão de equilíbrio. Se fores apenas tu, então quer dizer que farás tudo à tua maneira, às tantas provavelmente fartas-te porque não terás mais com que te debater (afinal sempre fizeste tudo à tua maneira) por outro lado, se o fizeres para agradares ou te adaptares aos outros (sejam eles quem forem) o mais certo é perderes a tua digamos 'identidade' e consequentemente entrares em 'conflito' contigo próprio/a ou com os outros. Por isso me parece que deve haver algures um meio termo (que é relativo é claro, para uns deslocar-se-à mais numa direcção, para outros será noutra direcção) e desse meio termo é que sai aquilo a que chamamos uma relação.
Por exemplo: eu não costumo ir a touradas (pq não gosto, pq não faz o meu género) no entanto conheço algumas pessoas que vão ver touradas ou que até são bastante aficionados, da minha parte a tolerância (meio termo como lhe chamei à bocado) é o facto de compreender os 'gostos' deles e não interpretar isso como uma barreira a um relacionamento. A relatividade do meio 'termo' é o facto de eu aceitar isso neles mas no entanto continuo a não ir ver touradas, apesar de ser amigo deles, não sei se percebeste a ideia?? :)


beijo grande

ps-já vai sendo tempo de uma caracolada ihihi